quarta-feira, 22 de abril de 2015

"SÃO OS MARTÍRIOS QUE FAZEM OS SANTOS" - PELA HISTORIADORA LÚCIA AMARAL

Joaquim José da Silva Xavier (TIRADENTES)

O passado não abre as suas portas para que entendamos melhor a pena de Tiradentes. No entanto, nos campos sem fim que corta nossos sonhos vemos subindo no ar uma forma serena de um homem que hipotecou a sua vida por um ideal; uma vaga forma desprendida do tempo, uma mão que acenava de longe. A mão do Alferes Joaquim José da Silva Xavier.

Em Minas, a Minas de toda esperança e de todo seu desespero, como um bandoleiro qualquer, os soldados o prenderam. Ele que veio para trabalhar para todos foi abandonado, porque todos os amigos tremeram, todos os amigos fugiram e só ficou o Alferes. Foi acusado e sem amigos nem parentes, sem casa fazenda ou lavras assumiu toda responsabilidade. Foi o salvador que não se salvou, foi o resgate da nossa liberdade.

Joaquim José da Silva Xavier sofreu na pele a pior das tiranias: aquela que persegue o espírito; um espírito libertário e de ideais nascidos na esperança de um povo subjugado. Mas ele venceu o medo, expôs sua dignidade quando o esquartejaram e altaneiro derramou o seu sangue em prol do Brasil, porque os governantes quando não sabem fazer-se estimar, recorrem à tirania para se fazer temidos.

Tiradentes, por força da profissão que exercia. Alferes, na tentativa de entender o significado de comandar. Mártir, como uma maneira de confiar ao país, a semente nobre dos ideais que acalentou quando derramou seu sangue para que - no futuro -  esse país tão amado  pudesse fazer uma colheita pródiga.

Hoje, o sentimento de liberdade que Tiradentes acalentou por toda a sua vida, enfrentou percalços, derrubou regimes, construiu caminhos e navega ainda nas águas turbulentas da intolerância e do desamor. Hoje, o Brasil caminha por caminhos “nunca antes caminhados.” O medo, a angústia e a revolta permeiam a vida desses caminhantes temerosos, desses homens que ainda não entenderam a mensagem do Alferes.

         TIRADENTES: SEU IDEAL FOI  SUBLIME E O SEU GESTO, NOBRE!

                                                                                                           
Lúcia Amaral

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